quarta-feira, 4 de julho de 2012

Frente Ampla de Amor a Cabo Frio


Frente Ampla de Amor a Cabo Frio

Há meses uma voz ecoou gritando pela necessidade de mais amor a Cabo Frio. E com estrondosa ressonância, penetrou em ouvidos de importantes personagens cabo-frienses e provocou um resultando surpreendente, nunca antes imaginado por qualquer político local, mesmo os de outrora freqüentadores da Boca Maldita, na Praça Porto Rocha.
Essa voz que ecoou por toda a cidade provocou uma espécie de tsunami na estratégia política da situação que tentava de todas as formas uma união para derrotar Alair Corrêa nas urnas e, desta forma, completar o plano macabro de enterrar definitivamente a história do maior político da Região dos Lagos.
Profundo conhecedor da política, personagem que alguns entendidos costumam definir como “águia”, isso porque é um animal de grande percepção e visão ampla, Alair demonstrou uma grande capacidade de costura política e convenceu da necessidade de demonstração de verdadeiro amor à cidade, importantes figuras da política como o deputado Federal Dr. Paulo Cesar (PSD), Alfredo Gonçalves (PMDB), Silas Bento (PSDB), Emanoel Fernandes (PSC) e Claudio Mansur (PTB), entre outros.
Então, com tal objetivo surgiu a Frente Ampla de Amor a Cabo Frio, uma união que pretende resgatar a dignidade do cidadão, planejar e realizar investimentos para o aquecimento da economia local e acabar com os lamentos de empresários e comerciantes que reclamam da paralisia comercial verificada hoje em Cabo Frio.
Alair Correa já declarou que pretende governar a cidade com um colegiado formado por aqueles políticos que entenderam a proposta de mais amor a Cabo Frio. E tal amor, por exemplo, foi demonstrado pela base do PSC que se rebelou contra a idéia de o partido caminhar com o prefeito Marquinho Mendes para apoiar o candidato da situação. Tal demonstração de amor, fez com que a executiva estadual concordasse que o PSC permanecesse na base aliada de Alair Corrêa.
Esse movimento não surpreendeu somente aos políticos, empresários e comerciantes, que demonstram nas conversas alívio e alegria pela união em torno do nome de Alair Corrêa para a Prefeitura Municipal de Cabo Frio. Mas, pessoas do povo também comungam da mesma felicidade e quando ouvem a informação dão Graças a Deus e acreditam que a frente é a melhor solução para a cidade.

Vamos Refletir -Vista cansada - Otto Lara Resende - BVista cansada - Um ótimo dia para todos !


Vista cansada

Otto Lara Resende


Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.
Mais sobre Otto Lara Resende e sua obra em "Biografias".
Fonte:http://www.releituras.com/olresende_vista.asp