domingo, 11 de abril de 2010

Estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedade (continuação) Por Sylvain Timsit


4. A estratégia do diferimento


Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.



Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e económica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

5. Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas

A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro ("os dias euro"). Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por quê?



"Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reacção tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". (cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas" )

6. Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos...

7. Manter o público na ignorância e no disparate

Actuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.



"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores". (cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas" )

Um comentário:

  1. Caro Zel,

    Este receituário de dominação, ao que me parece, foi inspirado em uma Ata elaborada em um “congresso” ocorrido em Basiléia (Suíça), no ano de 1895. Esta Ata contém 24 capítulos com resumo de estratégias de dominação econômica, política e social.
    Há grandes controvérsias acerca de sua autenticidade e autoria, mas uma coisa é certa: tudo que está previsto foi posto em prática ou está sendo implementado.

    Esta Ata recebeu um título, em 1905; e já causou muitos problemas. Não divulgarei este título, pois cada vez que é citado na internet aciona um sistema de captação de emissão eletrônico. Jornalistas experientes evitam falar sobre o assunto que é, veladamente, proibido nas grandes redações.

    Abraço.

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